terça-feira, 18 de novembro de 2008

Delírio

Você me olha com a fome
de quem vive à míngua, à espera de esmolas
E me evita com o medo
de quem tem pesadelos e teme o uivo do vento
Mas quando se aproxima deixa rastro
Em minha cama, corpo, sono, sonho
Quando fica fraco se revela
Louco, livre, faminto, febril.

Eu te observo com a sede
de quem não aprendeu a viver no deserto
E me escondo sob o véu
de quem quer ver sem poder ser vista
Mas quando te sinto perco o tino
Esqueço pudores, pecados, presságios
Quando fico fraca me revelo
Mergulho, apaixono, abstraio, deliro.