sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Meu céu, meu inferno

A tua fala, os teus olhos, trejeitos
Tua presença é um céu perfeito
Com anjos que dançam, luzes que ofuscam
Cânticos suaves e climas etéreos.

O teu mistério, silêncio, tua distância
Teu magnetismo é um inferno inteiro
Que arde sem pena, alucina e dá medo
Que me traz um desejo louco de bacante.

Você.

Você se mostra sombrio

E me põe de encontro à luz

Fere os meus olhos vampiros

Me tranca em meus próprios sonhos

Você me encara com fome

Nem teme a minha loucura

Você me sem pudores

Me mostra o que sempre escondo.


Você me cansa os dias

Sempre presente em minhas palavras

Me cansa os olhos

Sempre famintos por tua imagem.


Você é estranho acidente na minha estrada.

É salto no abismo sem cama elástica.

Você é ferida aberta que não seca

É a minha sede no Saara.

Desvios

Você me diz sem palavras

Sobre o que não faz sentido

E me pergunto, com medo

Se existe lógica no desejo...


Então decido estar longe

Escolho uma linha reta

Mas os meus doidos caminhos

Nunca encontraram estradas...


Acreditei haver trilhas

E sempre fui mata fechada

Sonhei com mapas, coordenadas

Mas vendavais me desviam.

Futuro do Pretérito

Beijaria-te como se tua saliva

Fosse minha única comida

E eu estivesse famintadias.


Amaria-te como animal

Como se eu me permitisse

Obedecer aos meus instintos.


Tocaria-te como se a tua pele

Fosse o tecido mais nobre que existe

E te abraçaria como se teu corpo inteiro

Fosse meu agasalho

Em meu inverno polar.


Eu rasgaria tuas roupas

Gritaria o teu nome

Choraria tua eterna ausência ...


... se você fosse possível,

se eu pudesse te dar vida,

se você fosse mais que uma idéia.