sábado, 11 de outubro de 2008

Cegueira

Céus-testemunhas me analisam, zombam de mim

Me julgam, e me absolvem por piedade

Pobre mortal de sóis, luas e ascendentes em conflito.


Seus azuis gelados me descobrem as armadilhas

As que preparo, onde caio, das que fujo

Falhas pequenas minhas que não vejo ou que finjo.


E eu
que me sei dura, estranha, às vezes louca

A secar memórias no sol leve de meu outono

Agradeço pelos meus limites, que não esqueço

Agradeço o fato de eles serem flutuantes.


E absolvida por ser franca e um pouco cega

Desvio o olhar de cínico pudor dos que me temem

Eu que só mato de mim o que me invalida

Eu que só quero parir verdades relativas.

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