Céus-testemunhas me analisam, zombam de mim
Me julgam, e me absolvem por piedade
Pobre mortal de sóis, luas e ascendentes em conflito.
Seus azuis gelados me descobrem as armadilhas
As que preparo, onde caio, das que fujo
Falhas pequenas minhas que não vejo ou que finjo.
E eu
que me sei dura, estranha, às vezes louca
A secar memórias no sol leve de meu outono
Agradeço pelos meus limites, que não esqueço
Agradeço o fato de eles serem flutuantes.
E absolvida por ser franca e um pouco cega
Desvio o olhar de cínico pudor dos que me temem
Eu que só mato de mim o que me invalida
Eu que só quero parir verdades relativas.
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